Reproducir en Spotify Reproducir en YouTube
Ir al video de YouTube

Cargando el reproductor...

¿Scrobbling desde Spotify?

Conecta tu cuenta de Spotify con tu cuenta de Last.fm y haz scrobbling de todo lo que escuches, desde cualquier aplicación de Spotify de cualquier dispositivo o plataforma.

Conectar con Spotify

Descartar

¿No quieres ver más anuncios? Actualízate ahora

Review: Kendrick Lamar – g.o.o.d kid, m.A.A.d city

http://freeraplogia.files.wordpress.com/2012/10/good-kid-m-a-a-d-city-deluxe.jpg

Ao longo dos quase oito anos de carreira Kendrick Lamar (25) lançou cinco mixtapes e um disco (Section.80), lançado no ultimo ano de forma independente. Até então ele esteve se mantendo sobre o apoio do grupo TDE – você já deve ter visto ele usando um moletom com essa sigla estampada -, onde ele é membro. Mas foi a partir do lançamento das ultimas duas mixtapes que Kendrick começou a ganhar cada vez mais espaço nas publicações de blogueiros; até que seu som chegou aos ouvidos de Dr. Dre.

Dre gostou tanto do seu material que – segundo ele – largou o projeto Detox e logo resolveu contratar Kendrick para fazer parte de um projeto de renovação da antiga Aftermath. Kendrick, fã de Dr. Dre logo aceitou o convite, e a partir daí ele passou a ser visto como esperança para o rap da West Coast; já que ele é de Los Angeles e seu rap se assemelha com a cultura local. Passaram-se alguns meses e enfim g.o.o.d kid, m.A.A.d city foi lançado.

Construído de uma forma bem distinta, porém simples, g.o.o.d kid, m.A.Ad city se diferencia de seus outros trabalho. Em forma de conto, o disco trás um curta-metragem onde Kendrick é o personagem principal que tem 17 anos e viaja por Los Angeles dentro da van de sua mãe – essa da capa – contando historias; o roteiro do disco foi dividido entre as 12 faixas poetizadas por Kendrick. Iniciado por uma oração feita em família, as rimas de Kendrick Lamar se entrelaçaram entre os interlúdios – fundamentais – que aparecem ao fim e no inicio de algumas das faixas, esses interlúdios são trechos de uma conversa de seus pais com a caixa postal do celular de Kendrick; conselhos, declarações de amor e brigas aparecem durante esses trechos, que surgem do nada no final de uma faixa, é como se fosse uma cena, mas você continua na mesma faixa, e essa sensação de ter diferentes atmosferas em um mesmo som, você sente em quase todo o disco. Kendrick apostou em diminuir o numero de faixas, que foram compensadas em uma duração maior de suas musicas. A maioria das faixas tem duração acima de 5 minutos, o que pode fazer você pensa que o disco é massivo e cansativo; mas na verdade não é. Kendrick teve criatividade o bastante para saber conduzir essas musicas de grande duração, as suas diversas mudanças de voz e suas historias bem contadas, faz você ter a curiosidade do que está por vim, como em The Art of Peer Pressure – quarta faixa do disco – que é iniciada por uma cômica melodia arrastada, típica dos raps da década de 90, melodia que não dura por muito tempo, a cena muda quando Kendrick surge sobre um clima obscuro, trazendo sua introdução ao rap gangster, e a partir daí surge duas faixas onde temos as primeiras colaborações – personagens – do álbum. Jay Rock e Drake fazem um bom trabalho, mas como em todo o restante do álbum, não conseguem seguir Kendrick, que se mantêm no comando de todas as faixas, as historias interessantes são dele e as colaborações não passaram de coadjuvantes.

O grande destaque nas colaborações foi um artista que mal teve seu nome citado no disco, falo de Pharrell Williams: o figurante na cena de good kid; bom, ele produziu a musica e também colaborou, fez o refrão, nós já sabemos que o Skateboard P tem uma ligação muito boa com os rappers da West Coast, Snoop Dogg – com o refrão de Beautiful – que o diga, e como Kendrick leva no seu sangue esse estilo californiano, Pharrell parece ter se dado bem com ele, a ligação entre os dois saiu tão sincronizada que logo nas primeiras partes da musica você tem a sensação daquela ser a melhor musica que você escutou no ano. Na sequencia temos maad city, quase uma continuação de good kid, mas o contrario, maad city deixou as melodias e o clima g-funk de lado para introduzir um progressivo rap divido em duas partes; produzidas por Sounwave e Terrace Martin, a primeira parte da musica é marcada pela moderna produção induzida por graves ensurdecedores, já na segunda parte um lado clássico colaborado por MC Eiht ganhou destaque. maad city é um verdadeiro gangster rap, um moderno gangster rap que leva em sua identidade a sonoridade nativa de L.A, que foi finalizada pelos clássicos scratch repetindo o nome do território mais famoso da Califórnia: Compton.

A partir da apresentação da melhor parte do filme – álbum – você fica cada vez mais curioso do que está por vim, e se depara com Swimming Pools (Drank). Primeiro single do disco, a faixa realmente tem um apelo comercial que você não saca no restante da obra, foi uma boa escolha para single, o seu refrão repetitivo e os rápidos versos cheios de modificações na voz, faz uma ligação interessante com o instrumental que evoluí durante a canção que não tem nada de “West Coast”. Entretanto a canção é uma ótima musica, e coube perfeitamente dentro da historia do disco, a sua extensão relacionada à versão anteriormente lançada, trouxe um inédito verso e um capítulo novo do interlúdio. No capitulo seguinte encontramos a agradável Sing About Me, I’m Dying of Thirst, – a maior faixa do disco – são 12 minutos de uma canção que vai se modificando conforme Kendrick desenvolve sua historia, entre um refrão cantado por ele que repete a frase “Promise that you will sing about me”, marcando todo o conteúdo da musica. Porém na segunda parte não existe refrão, é um rap de quase 3 minutos onde Kendrick comenta sobre violência e sugere mudança, uma oração finaliza a faixa e dá espaço para Real, penúltima faixa do disco, que se tem sensação de ser a ultima parte da história. Real pode ser resumida em uma grande canção de amor, que ao fim dos dois primeiros versos a frase “But what love got to do with it when you don’t love yourself?” é repetida. Por fim, o interlúdio de maior duração do disco vem com seu pai comentando sobre sua futura ida para o rap; após o refrão “Sing my song, it’s all for you” ser repetido dezesseis vezes sua mãe aparece falando, pedindo para ele se manter humildade em seu trabalho, e não se esquecer de suas origens, mostrar ao mundo que uma pessoa de Compton pode sim ser tornar em uma pessoa positiva, basta querer, e não ser influenciado pela violência que você ver ao seu redor, o conselho é completado pelas palavras: “And I love you Kendrick, if I don’t hear you knocking on the door you know where I usually leave the key. Alright? talk to you later, bye”, e assim você ouve o barulho de uma fita cassete sendo introduzida e girando em alta velocidade trazendo Kendrick aos dias de hoje. Assim surge Compton, ultima faixa do disco, que tem a ilustre colaboração do seu “padrinho” Dr. Dre. A produção da musica é por conta de Just Blaze, logo no final da musica você escuta uma tag anunciando seu nome. A musica é incrível e fecha o disco com um altíssimo teor de celebração, onde se cria a ilusão de Compton ser um território de Dr. Dre, que transfere seu reinado para Kendrick Lamar, que entusiasmando canta o refrão “Compton, Compton, ain’t no city quite like mine”. A musica acaba e você ouve Kendrick avisando sua mãe que vai pegar a van emprestada e devolve em 15 minutos, levando você ao inicio da historia.

O modelo como Kendrick Lamar resolveu apresentar g.o.o.d kid, m.A.A.d city não é nada inovador, ele provavelmente se inspirou nos dois álbum de Dr. Dre, principalmente em The Chronic (1992) que tenta seguir esse modelo de se ter uma historia. Mas a grande surpresa disso tudo foi como Kendrick fez isso acontecer, ele se mostrou bastante corajoso e criativo, pois se manteve cheio de ideias durante todo o álbum, nenhum período do disco foi dispensado. Para entender as historias você precisa ouvir todas as faixas, ele conseguiu levar ao ouvinte historias interessantes que gerassem curiosidades. Ainda assim com a colaboração da produção dirigida por Dr. Dre, que trouxe uma boa atmosfera musical coordenando com o que Kendrick estava falando. Classifico esse disco como o grande lançamento do ano, e também um grande marco para o rap da Califórnia, que estava meio esquecido e pacato, assim como Dr. Dre, que desde 2002 não estreava um novo artista, pois bem, a Afthermath desde o lançamento de The Big Bang de Busta Rhymes esteve praticamente parada, muitos boatos de um possível retorno da lendária gravadora surgiram ao longo dos anos, mas assim como Detox, ninguém acreditava. E então 6 anos depois finalmente Dr. Dre botou lenha na brasa e Kendrick surge como se fosse um incêndio. Eu não sei até onde Kendrick pode ir, não faço ideia do que ele pode mostrar em seus próximos álbuns, mas para o momento ele criou o melhor álbum do ano.

Nota: 10

¿No quieres ver más anuncios? Actualízate ahora

API Calls